segunda-feira, setembro 26, 2022

BRINDE

 BRINDE

 

Brindemos Amor aos tempos idos

que o presente já nos violentou amargo.

 

Lembremos Amor o tanger dos copos

brindando sonhos em suaves tragos 

e esqueçamos os futuros que não ousámos.

 

Brindemos Amor aos tempos idos

onde os sonhos nos tomaram de assalto.

 

Não pensemos Amor no que faremos

para nós não há futuro só há passado.

 

(Ah! a esperança de voltar a ter futuro)!

 

Brindemos Amor a outros sonhos

Brindemos Amor a outros fados.

 

Brindemos Amor.

 

Estou pronto para ti

e tu pronta para mim

Entre Paris e cravos

sábado, janeiro 12, 2019

A ESCULTURA

«Encontraremos em cada segundo a forma eficaz de nos perpetuarmos. Nem que seja na memória, quando a gnose venha a falhar, se é que alguma vez falhará.
Menina perpétua, há um lugar para ti nos meus sentidos. Um lugar inefável e verdadeiro.»
José Pinto


Subiu o monte até ao seu ponto mais alto e contemplou a cidade que lhe corria nas veias. Lá em baixo, o rio de multidões era imparável e formigava por todo o lado. Não o via mas sentia-o. Tanta gente agarrada ao mesmo trajecto!... De súbito, sentiu-se sozinho. Era o seu destino. Acompanhado mas um eterno solitário.
Esqueceu a cidade e mergulhou na profundeza dos seus pensamentos. Surpreendentemente, naquele lago imenso de ideias e sonhos, descobriu um amontoado de palavras.
Eram centenas, espalhadas pelo chão, a esmo.
Quem teria deixado ali aqueles vestígios de emoções?
Que pergunta patética.
Sabia perfeitamente a resposta.
Agarrou num pequeno graveto e, com ele, começou a separá-las. Havia tantas...
Porfiou a barba e foi fazendo montinhos. Num, colocou as palavras amargas. Noutro as palavras de esperança. Noutro ainda, as palavras frágeis e ainda noutro, as palavras poderosas. Reservou as palavras marginais e escondeu as proibidas.
E com aqueles montinhos começou a modelar uma escultura.
Aos poucos, uma mulher foi tomando forma. De onde vinha? Não sabia responder. Tomasse ele consciência da luminosidade que lhe acendera o rosto e descobriria que tinha vindo envolta em néon. Depois de muito porfiar, afastou-se ligeiramente e contemplou a sua obra. Irresistivelmente, retocou-lhe os lábios com a palavra mel e no cabelo a palavra carrapito.
Os olhos distantes precisam ou pouco mais da palavra verde, pensou.
Não! Verde era somente a esperança dele. Talvez um pouco de cinzento molhado. Ficou indeciso com aquele olhar fabuloso. Cinza ou castanho? Menos negro nos cabelos e sobressaia o castanho dos olhos; mais vermelho nos lábios e irrompia o cinzento. Que jogo fascinante este das cores. Verde esperança, castanho doce ou negro mistério? Deixou que futuros momentos imaginados tomassem a decisão. Finalmente, para lhe dar leveza, decidiu vesti-la com as palavras grávidas e matrimoniais. Com a palavra amor moldou-lhe o coração e sentiu-lhe o correr do sangue em veias de sensualidade.
Finalmente, a sua obra estava pronta.
No chão ficaram as palavras que não gostou. As palavras ásperas.
Decidiu então colocar-lhe nas mãos um ramo de palavras de flores mas este pareceu-lhe estereotipado. Não! Flores, não! Antes bandos de andorinhas. Soavam mais musicais, mais livres e mais confidentes.
Tivesse ele aguentado mais um segundo a sua ilusão e ela ter-lhe-ia segredado: «nunca vais saber o bem que me fazes e como me revitalizo contigo». Mas não aguentou. A deusa escultura desmoronou-se e obrigou-o a regressar à realidade.
Regressou à terra. A Deusa era escultura e a escultura era ar.

Partiu e rumou novamente à cidade. Lá estava o rio de gente correndo furioso. Acelerou o passo e, derrotado, deixou-se levar.
I

quinta-feira, janeiro 10, 2019

LEITURAS

«...É aqui, com efeito, que reside uma das grandes e maravilhosas características dos livros (e que nos fará compreender o papel simultaneamente essencial e limitado que a leitura pode desempenhar na nossa vida espiritual) que para o autor poderia chamar-se “Conclusões” e para o leitor “Iniciações”. Sentimos perfeitamente que a nossa sensatez começa onde acaba a do autor, e gostaríamos de que ele nos fornecesse respostas, quando tudo quanto ele pode fazer é dar-nos desejos. E esses desejos, ele só consegue despertá-los em nós fazendo-nos contemplar a beleza suprema à qual o último esforço da arte lhe permitiu ter acesso.»
Marcel Proust, in O Prazer da Leitura



É comum dizer-se que a aventura da escrita é, na sua essência, um acto de solidão porque, mesmo que incorpore uma multidão de personagens, ela nasce sempre de um local profundamente solitário, que é a mente do escritor. Porém, a escrita não pode ficar presa nas introspecções que a geraram sob pena de, não se libertando, se imolar no isolamento. Talvez por isso tenha escolhido citar Marcel Proust porque entendo, à primeira, o alcance das suas palavras quando se dispõe a transmitir-me a ideia de lucidez analítica tão necessária em cada obra, a sua racionalidade emocional, o seu espaço temporal e o seu ponto de partida e de chegada, hiperbolizada na mente solitária do autor e que nunca corresponde à imagética reflexiva do leitor, generosamente disposto a conceder-lhe a desejada libertação.
É um risco que assumo ao citar, neste contexto, o grande pensador francês. Risco porque, não sendo esta prosa uma obra de valor literário puro (trata-se de uma narrativa de vida), não cabem aqui reflexões literárias profundas e porque, sendo eu um cidadão em busca da certificação secundária (embora com fortes ligações à literatura), estou longe da genialidade que me conceda autoridade para opinar sobre a escrita. Finalmente, um risco porque ao pretender, com esta reflexão, drenar o elemento emocional de uma narrativa que foi muito emotiva na sua fase de produção, poderei vir a esvaziá-la do conteúdo pragmático necessário à avaliação a que está submetida, com esta ideia de a vulgarizar.
É quase certo que nenhuma destas linhas se libertará do enredo da minha mente mas, por precaução, aqui deixo o apelo à compreensão de quem ousar a leitura, pelos lapsos que encontrar.
E por fim a insegurança de saber se esta introdução terá sido uma boa ideia. Seguramente que não sei! Obterei a confirmação quando estes escritos forem submetidos a apreciação.
Decidi ainda introduzir alguns diálogos no discurso directo para não tornar o texto ou demasiado cansativo ou demasiado monótono. Também tive a intenção de escrever para uma leitura veloz e fluida, que é como eu gosto de ler. De rompante. Tê-lo-lei conseguido?
Fundamentalmente, o que quero é que quem me vier a ler entenda, na íntegra, qual foi o meu percurso de vida porque é disso que trata, afinal, esta narrativa.



terça-feira, janeiro 01, 2019

VIAGEM AO INTERIOR DE TI

Olho intensamente para dentro dos teus olhos e apetece-me penetrar-te a alma e percorrer todos os seus recantos mais secretos.
Quero desvendar-te o íntimo para saber onde guardas os teus caprichos, as tuas ilusões, os teus sonhos, os teus segredos e as tuas aspirações.
Uma vez lá dentro, quero saber onde colocas o teu amor por mim. Saber da sua força, da forma como me amas, como me pensas, como me desejas, como queres que te retribua.
E eu digo-te, meu Amor, que te amo com a força das estrelas. Que não passa um minuto que não vivas dentro da minha alma. Na alma onde tens reservado o melhor lugar que lá está dentro, e que nele habitas para sempre. Um lugar fiel, impoluto e puro, onde te fundes em mim e unida comigo.

Penetro no teu lado mais secreto e quero saber onde guardas a paixão que acende os rastilhos que fazem explodir todo o amor que sentes por mim.
E eu digo-te, meu Amor, que, avassaladora, essa paixão sublima o meu amor por ti, e transporta-me para o mais profundo desejo de te amar com prazer, de uma forma intensa, quente, erótica e sem limites. O desejo de te possuir de todas as formas e ser dono do teu corpo. De te ter pura, desnuda e integralmente minha e sentir as ondas de prazer absoluto que sei que me sabes dar, um, dois, três, todos os dias.

Penetro no teu cerne e quero saber onde guardas os teus sonhos e a forma como os vives e projectas, unificada comigo e a viveres em mim.
E eu confesso-te, meu Amor, que os teus sonhos são o meus, alicerçados na força que nos une e nos projectos que traçamos para fazer deles a realidade da nossa felicidade. Sonhamos o nosso Zé Alexandre e ele será real, a nossa Maria Tereza e ela viverá para nós, o nosso casamento e ele celebrar-se-á em Paris, no tal hotel rasca, onde só cabemos nós e o nosso amor unificado.

Olho profundamente nos teus olhos e entro na tua alma em busca das  inquietações que te perturbam e que fazem realçar os teus caprichos obstinados.
Perguntas-me:
Onde me guardas?
E eu respondo:
Aqui! - e aponto o coração.
Amas-me?
Como nunca amarei outra mulher.
Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas. Será que o desejas tanto quanto eu?
E eu respondo:
Ai! Eu desejo-o tanto quanto tu. Afinal estamos modelados um no outro.
Somos um casal e por isso somos um, com os mesmos sonhos, os mesmos anseios e o mesmo entusiasmo.
Tu e eu!

Olho na profundidade dos teus olhos e penetro-te na alma em busca de respostas. Ao invés, em vez das tuas, deixo lá as minhas.
Não tivesse eu a certeza da força imensa e indestrutível com que o nosso amor nos rege, quem teria motivos para ficar desassossegado seria eu.


domingo, dezembro 30, 2018

ESPERA

Pela tarde...
Espero, com o olhar perturbado, vergado ao brilho do néon que vive da energia do meu telemóvel.
O azul que se vê por entre as linhas não insinua o frio que dizem que a cor transmite mas o inverno, enérgico, já derramou o seu manto em cima do meu meditar.
E por aqui, em vez do calor desejado, tudo continua morno, a escorrer para o gelado.
Quem disse que o azul é frio?

Respiro fundo!
Olhem para mim mas não me chamem ocioso ou outros adjectivos menos dignos. 
Estou mal-humorado e impertinente, eu sei, mas chamem-me apenas um homem que expôs os seus desejos à voragem dos desígnios.
Até que no meu recanto, a minha alma adormece, nas não tranquila. Dorme para sonhar o momento exacto em que Ela regressa para o meu lado, num momento mais do que esperado, para despertar todos os meus sentidos.

Aqui, sim! Talvez perceba, finalmente, o Universo inteiro.

E espero!
Uma espera que viaja pela hora avançada da noite...
Será que alguém me ouve aqui?
Será que existem maneiras de ouvir alguém aqui?
Estarei cá tão alto?
Parece improvável.
Os que vivem lá em baixo não sabem da agonia dos sentidos de quem anda por aqui.

Percorro todas as curvas da noite.
Lá estão todos os segredos por contar e todas palavras à espera de serem ditas e os poemas por declamar.

Acordo agora. Perdi a minha vez?
– O que precisas de dizer que só possa ser dito aqui?
– Preciso de encontrar o meu amor.


Amanhã voltarei de novo à espera e lembrar-me-ei de hoje, de ontem, de todos os dias.

quarta-feira, dezembro 26, 2018

TU

Estou a ouvir uma musiquinha dos meus tempos de rapazola (Susie Q,  dos Credence Clearwater Revival) que é muito, muito fraquinha.
Diz o cantor que gosta da forma como Susie Q fala, anda, ri, etc. e também diz que ela sabe que ele gosta da forma como ela fala, anda, ri, etc.

Pois bem:

Também eu gosto da forma como ris, como falas, como choras...
E também quero que saibas que gosto da forma como falas, como choras...
Mas, por cima disso tudo, estou apaixonado pela grande mulher que és. Quem, como tu, se emociona assim; quem, como tu, suporta o que suportaste; quem como tu desenterrou forças para suplantar todas as tuas adversidades e, no fim, deixa fugir as tais lágrimas teimosas por via do amor que eu te confiro, tem de ser uma grande mulher.

Sim:
Tu és uma Senhora com a alma enorme!
E a mim foi-me concedido o privilégio de te ter aqui, bem dentro de mim, intensa e - como dizer isto -. poder escrever-te estas e outras, muitas outras linhas, por exemplo.


Tanta coisa que tenho cá dentro, mas... não me apetece esticar mais estas linhas.

ABANDONO

Que relato aqui?

Uma toalha de linho
com rosas vermelhas
debruadas

cobrindo a mesa posta
com gestos de alma
e o destino lento
da paixão pelas palavras.

Feita de música
e palavras,
tem no centro
um alabastro
queimando perfumes
a figos
muito aromáticos.

Por baixo o mar
e num dos topos
o desejo sensual
aos domingos do senhor.

No outro
o nascer ao sul
descobrindo audaz
o sol na alma.

Em frente
acastanhando o olhar
uma cor apaixonada

Em redor
as árvores altas
e os troncos velhos
vestidos de líquenes
refúgio cúmplice
da passarada.

É só apenas a ilusão
porque não há outro tempo

O tempo em que não haviam
ervas bravas.

Não fora este nevoeiro
correndo nas páginas
da alma entorpecida ...

teria feito ouvir a minha voz

(Sentemo-nos e sintamos
os cheiros que fazem
parte da memória e na mesa
aninhemos as nossas almas).

Mas sozinho comi!
Só,

só, só.

EXISTÊNCIA

EXISTÊNCIA 

«Decerto cada mundo possui o seu Descartes, ou já o nosso Descartes os percorreu a todos com o seu Método, a sua escura capa, a sua agudeza elegante, formulando a única certeza talvez certa, o grande PENSO, LOGO EXISTO. Portanto todos nós habitantes dos mundos, às janelas dos nossos casarões, além nos Saturnos ou aqui na nossa Terrícula, constantemente perfazemos um acto sacrossanto que nos penetra e nos funde - que é sentirmos no Pensamento o núcleo comum das nossas modalidades, e portanto realizarmos um momento dentro da Consciência, a Unidade do Universo»
Eça de Queirós

Meu Amor:

Há um momento sacrossanto - estivesse eu aqui neste lugar ou noutro mundo
qualquer - que também me penetra e funde esta surpresa com a vontade imensa de peregrinar até junto de ti, serena e bela.

É por isso que essa tão filosófica afirmação para mim se torna na dúvida que afinal põe em causa todas as certezas: JURO QUE PENSO, MUITO! MAS SE NÃO SOUBESSE DE TI, SABERIA
EXISTIR?

A tudo o que te modela junta também este acto de Unidade. 


Quero restaurar o bater cardíaco normal.

VIAGEM

«O viajante entra na estalagem... Chiam os pardais no olmo da praça, diante da varanda aberta de vasos de sardinheiras, e um canário amarelo canta na sua gaiola, eriçando as penazitas da garganta. Um gato dorme ao sol, dentro do quarto, no canto da pequena esteira de esparto e uma criança pequena mija gloriosamente, desafiadoramente, da varanda.»
(Camilo José Cela, in Vagabundo ao Serviço de Espanha).

Com a simplicidade da narrativa de Cela, também haverei de narrar no meu sonho, a minha viagem. Está decidido. Fiz as malas. É um dizer, porque malas, neste sonho, não as tenho. Mesmo que as tivesse, deixá-las-ia sempre no seu lugar, ao pó invisível do alto do guarda-fato que é um outro dizer, também.
Mas façamos de conta que as fiz.
Arrumei-as na memória e parti. Já iam palmilhadas as léguas iniciais quando, impelido por uma irresistível vontade, olhei para trás. Lá, na grande cidade, continuava agarrado às letras, óculos no nariz, procurando deseperadamente os sinais orientadores dos rumos que insinuam as viagens. 
Mas venci a cidade. Bem desperto, aproveitei o sono e, sorrateiro, para não acordar o corpo, parti.
Que me atrai na minha viagem?
Que sei?
A arte de vagabundear em busca dos regaços que são bons para repousar o amor? 
Talvez!
Talvez na viagem encontre uma praça dos amores de mil encantos, olhares a prometer beijos de outros tempos e cantos enfeitiçados.
É disso que preciso?
É isso que me sufoca.
É neste desdobramento que viajo. Assim, posso ir até onde quiser.
E quero ir apenas a um único sítio. Até ti.
Os caminhos abrem-se à minha frente, por entre fendas, desvios e cruzamentos. Poderei discernir qual o percurso real? Até certo ponto tenho noção da minha etapa. Depois, confiarei no meu instinto, perdido, pesquisando-te na cidade grande.
Saberei o caminho do regresso? Dizem que regressar é fácil quando não se parte. Sei que farei o caminho do retorno mas ficarei a levitar na viagem, até que a cidade real me acorde com os olhos. Mas agora ainda viajo. Shiu! Não me acordem.

Nem sequer espreitem até onde me leva este meu vagabundear.

segunda-feira, novembro 21, 2005

«Folheemos Amor este livro, como quem toca o pólen e prova o mel e não receia enganos ou cansaços.»

Lá em cima insinua-se a biblioteca.
Linda, cheia de estantes nos olhos espelhados e livros escorrendo pelos cabelos bravios.
Bem no centro, no seu coração, forrado com o ouro das lombadas, existe um recanto que é, ao mesmo tempo, tímido, poderoso e mágico.
O bibliotecário vagueia por ali.
Percorre estantes, retira obras.
Uns são poemas, outros contos, outros desabafos.
Timidamente, como um afago, folheia-as devagar.
Sente um arrepio. Eleva os olhos e coloca-as novamente no seu lugar.
Procura algo.
- Que procuras bibliotecário?
- Um caminho.
- Em que livro?
- Num livro de luz.
- Não são esses todos livros luminosos?
- Todos resplandecem.
- Os que tens nos olhos não te servem?
- Todos me são deliciosos.
- Que procuras então?
- Um livro raro.
- Raro?
- Tão raro que nem sequer sei se existe.
- Está aqui?
- Tem que estar. Sou o bibliotecário. Se esse livro existe tive que o arrumar neste local!...
- Tens a certeza que é este o sítio certo?
- É no coração que se guardam os tesouros.
E afadiga-se o bibliotecário perdido entre colunas de poemas e malas repletas de palavras.
- Que procuras Bibliotecário?
- Um sítio.
- Como se chama?
- Descobri-lo-ei.
- O que guarda?
- Um livro mágico.
- Vê naquela estante!
«Incandescência - Nua a praia debaixo do sol. À noite, lençóis de cetim».
«Lâmpada - Sob a lâmpada olho-te. A cegueira vem depois.»
«Pele - Internei os meus olhos na tua pele. Electrifiquei-te.»
- Que encontraste bibliotecário?
- Uma porta para a alma.
- E agora Bibliotecário?
- Tenho que encontrar a chave mestra.